segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O imperialismo e a África


Os europeus possuíam uma visão deturpada do interior do continente africano por não o conhecer; imaginavam-no como um ambiente hostil onde um “não-africano” não sobreviveria por muito tempo. Contudo, a África possuía uma estrutura econômica própria, ligada por rotas comerciais que eram percorridas pelas caravanas. O conhecimento das rotas e a busca por matérias-primas tornou o continente africano um dos principais alvos da expansão imperialista do século XIX.
 
A partilha do continente africano
 
No ano de 1876 a Bélgica se apossou de um vasto território no continente africano em busca de novos mercados e matérias-primas. Diante disso, as demais potências europeias convocaram a Conferência de Berlim (1884-1885), na qual a África foi partilhada dentre os europeus de forma arbitrária, ignorando as divisões pré-existentes no continente, o que fica claro na retidão das fronteiras dos países africanos. Isso contribuiu com a existência de conflitos futuros na África devido à inserção de tribos adversárias em um mesmo território, como mostra a imagem abaixo:


Em 1876, apenas 10,8% do território africano era ocupado pelos europeus, 24 anos depois, essa percentagem atingiu 90,4%. 

 
Como pode ser visto, os franceses e ingleses detiveram a maior parte do território africano, possuindo áreas muito maiores que os seus respectivos territórios na Europa. 

Os países africanos tentaram resistir ao avanço europeu, mas foram violentamente reprimidos devido à inferioridade de suas armas e pouco treinamento dos seus soldados. Além de seu próprio poderio militar, os europeus contavam também com a disputa entre as tribos africanas para facilitar seu domínio sobre o continente; a cada vez que duas ou mais tribos entravam em conflito, suas forças eram abaladas, o que facilitava a dominação. As estruturas políticas das comunidades africanas foram se perdendo ao passo que o continente era “ocidentalizado”, e os europeus aproveitavam-se desse cenário para extrair riquezas através do trabalho forçado dos nativos, abrir estradas e ferrovias e conectar os principais centros de extração ao litoral, de onde poderiam mandar tais produtos para as metrópoles.

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