Os europeus possuíam uma visão deturpada do interior do continente africano por não o conhecer; imaginavam-no como um ambiente hostil onde um “não-africano” não sobreviveria por muito tempo. Contudo, a África possuía uma estrutura econômica própria, ligada por rotas comerciais que eram percorridas pelas caravanas. O conhecimento das rotas e a busca por matérias-primas tornou o continente africano um dos principais alvos da expansão imperialista do século XIX.
A partilha do continente africano
No
ano de 1876 a Bélgica se apossou de um vasto território no continente africano
em busca de novos mercados e matérias-primas. Diante disso, as demais potências
europeias convocaram a Conferência de
Berlim (1884-1885), na qual a África foi partilhada dentre os europeus de
forma arbitrária, ignorando as divisões pré-existentes no continente, o que
fica claro na retidão das fronteiras dos países africanos. Isso contribuiu com
a existência de conflitos futuros na África devido à inserção de tribos
adversárias em um mesmo território, como mostra a imagem abaixo:
Em
1876, apenas 10,8% do território africano era ocupado pelos europeus, 24 anos
depois, essa percentagem atingiu 90,4%.
Como
pode ser visto, os franceses e ingleses detiveram a maior parte do território
africano, possuindo áreas muito maiores que os seus respectivos territórios na
Europa.
Os
países africanos tentaram resistir ao avanço europeu, mas foram violentamente
reprimidos devido à inferioridade de suas armas e pouco treinamento dos seus
soldados. Além de seu próprio poderio militar, os europeus contavam também com
a disputa entre as tribos africanas para facilitar seu domínio sobre o
continente; a cada vez que duas ou mais tribos entravam em conflito, suas
forças eram abaladas, o que facilitava a dominação. As estruturas políticas das
comunidades africanas foram se perdendo ao passo que o continente era
“ocidentalizado”, e os europeus aproveitavam-se desse cenário para extrair
riquezas através do trabalho forçado dos nativos, abrir estradas e ferrovias e
conectar os principais centros de extração ao litoral, de onde poderiam mandar tais
produtos para as metrópoles.
Nenhum comentário:
Postar um comentário